sexta-feira, 16 de março de 2012

Cidades viram canteiros de obras em ano eleitoral


Ano de eleição municipal e a situação se repete em várias cidades do Brasil: de olho nas urnas, políticos lançam ou apressam obras que, em muitos casos, estavam paradas ou cujos cronogramas previam outras datas de inauguração, para não mencionar a necessidade ou a prioridade de algumas dessas obras. São ruas com trechos interdidados, praças fechadas, recapeamentos de vias, calçadas onde a passagem de pedestres se torna quase impossível e outras variedades. Alguns municípios viram verdadeiros "canteiros de obras" nesta época. Pela legislação eleitoral, candidatos à eleição só podem participar de inaugurações de obras até o dia 7 de julho.

A prática de concentrar inaugurações de obras em anos eleitorais é recorrente no país e ruim para a gestão pública, avalia o professor do Departamento de Gestão Pública da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Marco Antonio Teixeira.

“É muito comum os governantes do Brasil fazerem isso. Deixarem seu pacote de investimentos para o ano eleitoral, exatamente para aumentar a sua popularidade para ter condições de se reeleger ou de fazer o seu próprio sucessor”, diz.

Abaixo, disponibilizamos a primeira videorreportagem feita pelo UOL em formato acessível para pessoas com deficiência auditiva e visual, com recursos de audiodescrição, legenda e inclusão de um intérprete de libras.

Pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada), com base em dados de 1995 a 2011, revela que o investimento público de prefeituras, governos estaduais e federal, sempre aumenta em ano de eleição. Em contrapartida, quando não há disputa por cargos, há contenção de despesas.

Com um orçamento quase 9% maior do que em 2011, que somam aproximadamente R$ 38 bilhões, a gestão do prefeito Gilberto Kassab, do PSD, terá à disposição cerca de R$ 6 bilhões para investir em obras neste ano, em São Paulo. E, se seguir a lógica dos últimos anos eleitorais, a prefeitura vai usar boa parte desse dinheiro.

Em 2008, quando concorreu à reeleição, Kassab gastou 73% da verba prevista para investimentos. Em 2010, quando apoiou José Serra nas eleições presidenciais, o número também subiu: 97% da verba foi gasta. Já em 2009 e 2011, os investimentos caíram para 60 e 58%, respectivamente.

Fonte: UOL

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